“No dia
de festa é muito legal. Só presentes e alegrias, comes e bebes de montão. Que animação!
Mas quando eu vi na rua uma criança tão triste, tava com fome e bem suja. Família
para ela não existe. Isso me tocou e com ela eu fui falar, meu coração doeu e
me pus a escutar, ela disse “Tio! estou com fome, estou com frio. Não faço nada
de mal, me dá algo para comer de presente de natal?”Ouvindo essa criança eu me
emocionei, levei-a pra casa e a ajudei. Com seus olhos rasos d’água, sua vida
me contou. Quando ela nasceu sua mãe a abandonou. Por isso no mundo se perdeu. E
depois de tudo isso ela me agradeceu: “Obrigado, tio! Deu-me comida, me deu
roupa, já estou limpinho, agora só me falta, um pouco de carinho“’ (Gigi
de Castro)
Esta
pequena historinha retirada do roteiro do Natal da Saúde, material utilizado na
novena de Natal 2012 elaborado pelas dioceses mineiras de Caratinga, G.
Valadares, Guaxupé, Araçuaí, Teófoli Otoni e Três Lagoas, editado pela Livraria
Dom Carloto e largamente utilizado por inúmeras paróquias em todo o Brasil, nos
trás uma reflexão oportuna.
Em
tempos do largo consumismo, do natal dos exageros e da centralização na figura esquizofrênica
e estrangeira do Papai Noel, são muitos os desprovidos de tudo, inclusive de
dignidade, frutos do processo latente de exclusão imposto pelo capitalismo,
sistema pelo qual quem TEM, sobrepõe-se aos despossuídos, sucumbidos em sua
pobreza e esquecidos por uma sociedade, refém do marketing midiático e “global”,
dos “temas de final de ano”, do “chester” acompanhado de “coca-cola” a brindar
em frente à telinha os especiais de natal e os shows dos “Robertos”, que “encantam”
e anestesiam uma sociedade repleta daqueles que não tem motivo algum para se
ter um “Feliz Natal”.
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