É sabido que a maioria dos nove estados
da região nordeste do país atravessa mais um período de prolongada seca e
dificuldades advindas da mesma. O estado da Bahia por sua vez vive o que já se
considera a pior estiagem dos últimos quarenta anos. O município de
Caraíbas, margeado pela barragem do rio Gavião, na região Sudoeste do
estado, assim como centenas de outros municípios baianos, passa por uma crítica
situação devido à falta de chuva.
Na extensão rural do município é
precário o abastecimento de água, que em sua totalidade está sendo efetuado por
intermédio de carros-pipa do exército brasileiro, e alguns outros agregados à
prefeitura, que, lamentavelmente ainda leva em consideração o fator
"voto", na hora de fornecer ao sertanejo o tão esperado "carro de
água." Levando o mesmo à situação extrema de não se ter o mais precioso
elemento natural em casa, e assim não saber o que fazer.
Aguadas que há décadas não secavam
completamente, hoje se encontram vazias. A citada barragem do rio Gavião chega
a níveis antes nunca vistos. A atividade agrícola, que há anos não produz o
esperado, já nem mais é tida como prioridade pelo homem do campo. A pecuária,
com a criação do gado bovino e da ovinocaprinocultura,
acumula prejuízos, haja vista não resistirem os animais à escassez
de alimentação e a parca disponibilidade de água para o seu consumo.
Nos últimos dias a região sudoeste
do Estado enfrenta uma forte onda de calor com altas temperaturas e preocupante
registro de baixíssimos índices de umidade relativa do ar.
Embora as previsões de agências
climatológicas comecem a apontar para a ocorrência de algumas pancadas de chuva
na região, o sertanejo ainda vê com muita preocupação a situação crítica
verificada dia após dia.
Mas, cabe aqui parafrasear o Euclides da
Cunha, que dizia a mais de um século atrás, que: "o sertanejo é antes de
tudo um forte", isso por que mesmo diante de tantas dificuldades ainda é
belo observar que perante a escassez de uma gota d'água, um "o
oceano" de esperança é apresentado pelo sertanejo.
Esperança em dias melhores, abundantes
em chuva e fartos na produção. Esse indivíduo sempre espera (embora envolto em
preocupações), o dia em que a chuva refresque o ressequido solo, e
faça florescer o verde, e assim fartar suas "criações". Espera pelo germinar
de sua semente, já que a felicidade de quem se vive no campo é terra molhada,
semente plantada e água com fartura, livre da triste marcação de facínoras
desprovidos de humanidade que mesmo enxergando a extrema carência do
povo ainda tem coragem de dizer: você não, você foi contra!!!
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