Algumas comunidades da zona rural do município de Caraíbas tiveram um fim de semana repleto de aprendizagem, integração e troca de experiências. Eis que foram realizados alguns dos 10 cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos, previstos para acontecerem no município, dado ao projeto de construção de 300 cisternas de captação da água de chuva, também tidas como cisternas para o consumo humano. Tratam-se de reservatório construídos no quintal das casas capazes de captar 16 mil litros de água da chuva, a ser consumida exclusivamente para beber e cozinhar. A construção de cisternas tem sido reconhecida como uma alternativa extremamente viável no tocante ao enfrentamento dos problemas relativos à escassez de recursos hídricos, em especial água potável para o consumo humano. Fatores que incidem diretamente na melhoria da qualidade de vida das famílias que habitam o semi-árido brasileiro.
A atual etapa de construção das referidas cisternas no município de Caraíbas tem sido executada pela Associação do Semi-Árido da Microrregião de Livramento-ASAMIL, (entidade responsável pela captação dos recursos advindos dos governos Federal e Estadual) e que em parceria com a comissão municipal (formada por representantes de entidades como o sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Igreja Católica, Conselho Municipal de Desenvolvimento e a Pastoral da Criança), executam o projeto.
Junto aos técnicos de campo da ASAMIL, as famílias receberam a visita dos capacitadores, que trouxeram, além de muita simpatia e amizade, muitos conhecimentos em torno de questões pertinentes a um outro olhar sobre o semiárido, a preservação do meio ambiente, a percepção de possibilidades de se viver e viver bem em nosso sertão, bem como das alternativas desenvolvidas para a melhoria na qualidade de vida de nosso povo. Transmitiram também às famílias conhecimentos sobre como cuidar de sua cisterna de modo que a mesma armazene água limpa e saudável para as famílias. Nesse final de semana os cursos foram realizados com famílias das comunidades Lagoa Seca, Veredinha, Olho D'água, Jibóia e Félix.
É válido observar que em todo o município já foram construídas mais de 600 cisternas com o desempenho unicamente das entidades locais e demais entidades regionais que já atuaram por aqui, sem contudo ter havido o mínimo de esforço possível do poder público local. É a mobilização popular, rompendo com as barreiras opressivas da dominação e do mandonismo em prol da esperança e da certeza de que a vida pode ser cada dia melhor, desenvolvendo o que sugere o próprio tema do projeto cisternas: "ÁGUA E CIDADANIA NO SEMIÁRIDO".
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