O vídeo abaixo, produzido pela professora Laura Cristina e por alunos do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães de Caraíbas, em parceria com membros do projeto "Espaço e Cinema: Olhares Geográficos para o Mundo" da UESB, concorreu junto a demais vídeos produzidos por alunos da escola ao projeto Produções Visuais Estudantis-PROVE, da Secretaria Estadual de Educação.
Independente do concurso, destaca-se a relevância da temática levantada pelo vídeo, tratando dos impactos da estiagem que assola não só o município de Caraíbas, mas boa parte da região Nordeste do Brasil, mas principalmente o vídeo destaca também o processo de construção na região dos municípios de Caraíbas e Anagé, no final da década de 1980, da barragem do rio Gavião, bem como dos desdobramentos desse processo.
A construção do açude, hoje tido como um dos maiores do estado, foi um marco na história dos municípios em questão, não apenas pela grandiosidade da obra e pelo abastecimento que este viria a garantir, mas pela história de luta e resistência travada por dezenas de famílias que viriam a ser atingidas pelo "mar" de água que representaria a barragem. Com muita coragem e articulação as famílias estiveram acampadas ao longo de semanas num ponto estratégico do canteiro da obra impedindo a sua continuação. Reivindicavam uma negociação mais esclarecedora com o Departamento Nacional de Obras contra a Seca-DNOCS, em prol da justa indenização de suas terras, casas e benfeitorias que seriam simplesmente submersas pela água.
Embora contado em alguns minutos, o vídeo "Caraíbas: A visão dos Afogados", contribui para que as novas gerações conheçam essa parte importante e repleta de significado do recente processo de formação histórico e territorial de nossa Caraíbas.
No vídeo são entrevistados pessoas que conviveram de perto com essa realidade e fizeram parte dessa luta, com destaque para o senhor Nilson Marinho que foi um dos engajados na chamada "luta da barragem", e até hoje vive da agricultura familiar cultivada as margens do manancial e sofre as consequências da lamentável estiagem e do baixo volume da barragem.
Damião querido, primeiramente quero agradecer o reconhecimento pelo nosso trabalho e a divulgação em seu blog, descrita de forma contundente e com toda propriedade que você tem para falar do assunto, tendo em vista as pesquisas que já realizou na região sobre o processo de desapropriação das terras com a construção da barragem do rio Gavião. É muito gratificante ter pessoas como você percebendo o valor de se resgatar e materializar esta incrível história de luta e resistência vivida pelas famílias atingidas com a construção da barragem. Você mais do que ninguém sabe de todas as dificuldades em se romper as paredes frias de uma sala de aula e aplicar o conhecimento na prática, favorecendo não somente a comunidade escolar mas toda a região em que a escola está inserida. Quero agradecer além do post, o material que você nos disponibilizou (artigos acadêmicos, músicas para a trilha sonora), foi tudo de grande valia para o processo da pesquisa e produção do documentário.
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