Essa realidade é apenas um dos indícios do elevadíssimo grau de pauperização em que o sistema de ensino público no Brasil é submetido, muito além de apenas construir novas escolas ou mesmo aparelha-las, a melhoria da educação perpassa pela valorização do profissional do magistério, com base em uma remuneração condizente a importância da atividade exercida. Não é possível que um professor no Brasil detenha um salário tão diminuto, uma vez o mesmo exerce uma função importantíssima de formador de opinião e de futuros profissionais.
Mais triste ainda é ver , diante de tamanho descaso, a existência de profissionais que por medo ou por simples alienação, não se dispõem a participar de movimentos como esse, haja vista a necessidade de mobilização e organização da categoria.
Lamentavelmente existem aqueles que, mesmo se dizendo professor (a), acomodam-se diante da precariedade, se quer dignam-se a cobrar melhorias no âmbito do aprimoramento da educação pública e possibilitação de formar futuros cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Esse profissional infelizmente se cala diante de qualquer ameaça de seus gestores. Limitando-se ainda a trabalhar mediocremente, sem contudo possibilitar a seus alunos o pleno conhecimento, não só conteudístico, mas sobretudo da realidade em si, do cotidiano e das contradições sociais criadas não raramente por aqueles próprios detentores do poder que os impede de mobilizarem-se.
Detalhe: na cidade de Caraíbas os professores do Colégio Estadual Luís Eduardo - CELEM aderiram a paralisação, mas na rede municipal não. Estaria tudo certo com a educação em Caraíbas? Estariam satisfeitos os professores? Já sabemos a resposta. Não apenas pelo salário irrisório em que lhe proporcionam a prefeitura, e pela a não existência de plano de carreira e outras contradições, mas também pelo processo de coerção em que os mesmos são submetidos, não podendo se quer dar uma aula mais reflexiva, com base no senso crítico e na promoção da cidadania. Digo por experiência própria, minhas "boas aulas de Geografia" (palavras dos próprios alunos) me renderam a demissão.
Fica aí a questão: se está ruim, a tendência é piorar, enquanto os professores não perceberem que vivem numa tremenda mordaça. E a conta quem paga são nossos alunos!
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