Quem diz o que quer, ouve o que não quer: Sonoras vaias e a incoerência de uma festa religiosa...

Segundo relatos, durante a realização de um famigerado festival de Reis, que compunha a programação das festividades de uma comunidade na novena de sua padroeira, um fato no mínimo cômico veio a tornar aquela noite mais interessante.


Acontece que um determinado cidadão, desprovido de cargo eletivo e com uma "ficha" extremamente suja, mas ainda assim tido por seu curral eleitoral como o "líder político" de Caraíbas, inventou de subir em um improvisado palanque e discursar, não se sabe o teor do discurso (provavelmente mais um balaio de mentiras), mas o que se constatou é que a fala nem pode ser concluída, por ter sido interrompida por uma sonora e desconcertante vaia entoada pela maioria dos presentes. Pra variar a reação do referido "líder" posterior ao ocorrido, foi a de sempre, muita arrogância e ameaças à oposição.


Tal fato nos remete a algumas reflexões:


Primeiramente é louvável a atitude da realização de eventos que venham a valorizar e auxiliar na manutenção das mais variadas manifestações culturais de nosso sertão, tal qual a folia de Reis, que se caracteriza como uma das mais marcantes de nossa cultura. O que não se pode é a própria organização do evento aproveitar da circunstância e querer fazer disso um comício. Tenho certeza que a grande maioria dos que lá estavam foram para prestigiar os ternos de reis e não um discurso eleitoreiro temperado com mentiras e falsas promessas. 


Outra observação que pode ser feita é que a população caraibense já não aguenta mais a tal figura e sua corja com seus falaciosos discursos, bem como indica que a cada dia que passa nosso povo desperta para a necessidade da mudança, cansados de tanta exploração e sofrimento, em detrimento da construção de um império por uma única família de locupletadores e arrogantes do poder.


É uma pena que usando o pretexto de uma festa religiosa, algumas pessoas queiram promover os opressores, dando-lhes espaço. Isso vem na contra-mão do que propõe o projeto de libertação e justiça pregado pelo cristianismo, que esses hipócritas dizem seguir.