O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o PT
precisa de renovação e, também, retomar a comunicação com os movimentos
sociais, após a onda de protestos que ocorreu em junho em todo o país. "É
preciso recuperar as ligações diárias com os movimentos sociais e oferecer
novas soluções para os novos problemas", escreveu o petista, nesta
terça-feira (17), em sua coluna mensal na agência de notícias do jornal
"The New York Times". Lula também disse que discorda dos analistas
que atribuem a recente onda de protestos no Brasil a uma rejeição à política.
"Eu acho que é precisamente o oposto: eles [manifestantes] refletem um
esforço para aumentar o alcance da democracia, para incentivar as pessoas a
participar mais plenamente", anotou. O ex-presidente disse ainda que as
manifestações são em grande parte resultado das implantações de medidas
sociais, econômicas e políticas no país. "Na última década, o Brasil
dobrou o número de estudantes universitários, muitos de famílias pobres e houve
redução drástica da pobreza e da desigualdade", opinou. O político também
destacou que a juventude de hoje não viveu a repressão da ditadura militar, o
aumento da inflação na década de 80 e o desemprego que assolou o país até os
anos 90. “Eles querem a melhoria da qualidade dos serviços públicos. Milhões de
brasileiros, incluindo os da classe média emergente, comprou seu primeiro carro
e começaram a viajar de avião. Agora, o transporte público deve ser eficiente,
tornando a vida nas grandes cidades menos difícil”, avaliou. Lula destacou o
uso das redes sociais durante a onda de protestos pelo país e disse que os
jovens querem ser ouvidos. O ex-presidente afirmou que é "necessário
pensar em novas formas de participação política e que as instituições devem
usar as novas tecnologias como forma de promover o diálogo com a
sociedade".
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