Aqui a palavra de ordem é a Liberdade de Expressão!!!

Bem vindos ao COTIDIANO, um blog criado para ser mais uma ferramenta alternativa de comunicação, tendo como intuito colaborar para a troca de opiniões em torno de assuntos pertinentes da sociedade, partindo do pressuposto da liberdade de expressão.

VISUALIZAÇÕES

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A ESCOLA QUE "DEMOCRATICAMENTE" FORMA A PÁTRIA DE CHUTEIRAS

Por: http://www.cafecomsociologia.com


Ao contrário do que muitos pensavam os brasileiros não sustentaram seu comodismo por muito tempo. Como podemos acompanhar nesse ano de 2013, empunhando bandeiras boa parte do país foi às ruas para protestar, reivindicar novos rumos.  Um dos pontos centrais é a melhoria da educação.  Se a educação precisa melhorar qual deve ser a postura da escola?

É quase unanimidade entre os professores que a educação precisa de uma revolução. A mídia, o governo e os políticos também insistem nisso. Muitas vezes a melhoria da educação se perde nos discursos, nas incoerências. Farei uma breve reflexão sobre uma das muitas leituras possíveis sobre isso.

O que devemos fazer para melhorar o país como professores? Ensinar? Já estamos fazendo isso. Será que estamos ensinando para além das nossas matérias? Ou será que estamos ensinando por um lado e “desensinando” por outro? Ensinar para que? Se queremos um país melhor, estamos ensinando isso na prática?

Nossas práticas têm limitações tanto como docente e como pessoa, fazemos parte de um grupo maior a que chamamos de escola. Essa escola é neutra politicamente? Em momentos de manifestações se espalhando por todo país, qual deve ser a postura da instituição? Fazer-se inerte e seguir as aulas “normalmente” como se nada tivesse acontecendo?

Não existe neutralidade. Como diria Max Weber, “O neutro já se decidiu pelo mais forte”. Nesse momento não somos os mais fortes e estamos muito longe de ser. Há uma parte ainda mais fraca: os alunos. Qual deve ser a postura da escola quando os alunos querem ir às manifestações? Ameaçar de suspensão para punir exemplarmente “os baderneiros” que estão querendo mudar um país cujos problemas tanto dizemos repudiar? Qual deve ser a postura do professor? A de tolerância zero visto que as notas precisam ser fechadas no prazo?

Não estamos querendo que a escola encampe o movimento e se comprometa em levar os alunos para rua em razão da grande responsabilidade civil e criminal que isso pode acarretar. No entanto, é valido a escola criar meios de enclausurar os alunos nos seus muros enquanto estes buscam a liberdade de mudar a realidade que nossa geração não conseguiu mudar? “A atividade não estava no calendário e por isso não foi planejada...” Algum intelectual ou oráculo previu as diversas manifestações que estão tomando conta do país?

Paradoxalmente, quando sentimos que nossa classe é desvalorizada,algumas vezes nos mobilizamos, fazemos greves e os alunos não tem outra escolha além de acatar nosso ponto de vista. Apenas os professores têm autoridade para falar de democracia? Temos respaldo moral pra lutar por uma educação melhor se continuarmos democráticos nos discursos e se nas nossas práticas buscamos sufocar a democracia para nossos alunos? A vontade dos alunos de partirem pras ruas e lutar por uma educação de qualidade não faz parte da nossa causa? 

A escola que não criou meios de propiciar que os alunos pudessem ir ou não às manifestações, encarcerando os estudantes nos seus muros, na semana seguinte libera os mesmos alunos e professores para que estes  apreciem o patriotismo superficial dos campos de futebol, desacreditando o verdadeiro patriotismo presente nas ruas e dizendo que um jogador de futebol vale mais que um professor. 

Em setembro os mesmos alunos serão "obrigados" a desfilar nas ruas com honras militares valendo ponto...

Ponto para o Brasil! Viva o patriotismo!



Nenhum comentário:

Postar um comentário