Finalmente chegaram as eleições municipais, em um ano atípico é verdade, cujo distanciamento social em detrimento de uma assombrosa pandemia sugere que as pessoas evitem aglomerações, fator que, para uma disputa eleitoral se torna desafiador, haja vista ser necessário o chamado “corpo a corpo” na busca pelo voto, porém, nesse momento é sensato quem atende as determinações da Organização Mundial da Saúde e mantém longe o risco de contágio pelo Covid-19, o que nem todos os candidatos têm feito (inclusive os que tentam a reeleição).
O eleitor há
muito se faz desconfiado com a postura de alguns “políticos de carreira” que realmente
só se lembram do digno cidadão a cada quatro anos. O fato é que as eleições
desse ano exigirão dos candidatos ainda mais traquejo, no sentido de se reinventarem
por terem que fazer uma campanha ao mesmo tempo com o máximo de distanciamento
social possível e, sobretudo, discutindo aquilo que de fato o eleitor dos tempos
de agora quer ver ser abordado, o desenvolvimento da pessoa humana em sua
íntegra, tendo seus direitos respeitados e suas garantias asseguradas, basta da
antiquíssima troca do voto pelo subemprego, sobretudo em nossas minúsculas
cidades onde tal prática sempre se observou.
O município
de Caraíbas, no Sudoeste da Bahia, com seus 8.896 eleitores segundo o
Tribunal Superior Eleitoral, é um dos municípios cuja corrida eleitoral sempre
teve um costumeiro acirramento, muito em função da forma como aqueles que se
sucederam no poder faziam ou ainda fazem em suas campanhas, muita promessa,
troca de voto por algum favor ou migalha, além da manutenção das principais
carências do indivíduo (um destaque para abastecimento de água o principal
deles, num município inserido no polígono da seca) de modo que o cidadão sempre
necessitasse daquilo (carro pipa, por exemplo) e enfim o gestor “bondoso” iria
lhe “acudir” quando a situação já se fazia desesperadora, mas ainda assim, o
cidadão sedento, deveria ser grato ao digníssimo prefeito pelo referido “favor”
até a urna, levando consigo todos os votos possíveis da família, dessa maneira,
certo clã têm gerido o município há décadas tendo o poder já sucedido de marido
para esposa e agora para o filho.
Nas eleições de 2020, são três os nomes que disputam a cadeira do
executivo municipal em Caraíbas, sendo que o atual prefeito (pertencente ao clã
supracitado) tenta a sua reeleição. Além do dito, estão também na disputa: Emanoela
Dutra (ex-primeira dama do município e ex-secretária de Assistência Social)
candidata pelo PT, e Alessandro Ferreira (dentista conhecido na cidade)
candidato pelo PRB.
O que se espera é que antes de tudo tenhamos uma corrida eleitoral
pautada na transparência e nas boas propostas (algo difícil vindo do clã), que
desde sempre atendeu aos comandos do “Capitão Mor” que entende a campanha
eleitoral como uma arena, adequada aos ataques, mentiras e ameaças, e por terem
acesso ao poder, inclusive aquisitivo, pensam estar acima de tudo e de todos...
Que esteja atendo o eleitor caraibense e oportunize quem de fato tenha boas
intenções e HUMANIDADE para gerir nosso querido município.
Damião Silva Gato (Editor desse singelo Blog)
Geógrafo, especialista em Análise do Espaço Geográfico (UESB)
Professor da Rede Estadual de Minas Gerais.
Excelente interpretação.
ResponderExcluirParabéns
Muito obrigado!
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