Hoje,
20 de Novembro, é dia de assistirmos, lermos e ouvirmos inúmeras homenagens
rendidas à população afrodescendente de nosso país em função do dia em que se
comemora a Consciência Negra. Isso é
louvável por que ao menos assim as emissoras de rádio e TV e as redes sociais
massificam um tema tão necessário de ser debatido, embora o que se veja em
algumas das referidas informações, estejam carregados de clichês e de uma
hipocrisia que esconde a segregação explícita a que verificamos em nosso dia a
dia.
A
morte de Zumbi dos Palmares no dia 20 de novembro de 1695 é lembrada como o
marco da luta contra a abominável pratica da exploração do homem pelo homem por
intermédio da escravidão, que, por conseguinte gerava discriminação, agressão e
morte. E hoje, o que representaria o tombamento do maior líder do Quilombo doa
Palmares? Sem dúvida já ouvimos falar e acertadamente, de que a escravidão não
fora de fato abolida em fins do século XIX aqui no Brasil, e que a luta dos
negros continua incrustada nas inúmeras situações de divisionismo, agressão,
abuso e todo tipo de insulto a que essas pessoas são submetida a cada instante.
O
pior tipo de preconceito e segregação é aquele velado, manso, escondido nas
bonitas peças publicitárias veiculados por uma mesma mídia elitista, mídia essa
que trata o negro como subalterno em sua grade de programação. O discurso meio
vago da tolerância tem que ser substituído pelo o do respeito, haja vista que tolerar,
segundo o significado etimológico do termo, provém de: aceitar, permitir, suportar, e assim sendo, só se tolera o
diferente. Ser negro é ser diferente? Os de epiderme clara e cabelo “bom” seriam
literalmente brancos em um Brasil tão miscigenado? A esses diríamos, queiram
também “afrodescender”, não por modismo, por uma causa vazia, mas por
reconhecimento, por respeito e valorização àqueles que constituem, junto com
nossos povos nativos, a gene de nossa nosso povo.
Todos
da espécie humana são iguais e, portanto deveriam ter o mesmo tratamento. Isso
é algo muito repetido, mas que na prática não o vemos. Alguns elementos do
cotidiano nos revelam isso, como as diferenças salariais entre negros e
brancos, o tratamento das autoridades policiais, a formação acadêmica, o
ridículo padrão de beleza, entre outros. Situações contrastantes com o que já
dizia Martin Luther King, que afirmava sonhar com um dia em que as pessoas
fossem julgadas por sua capacidade e personalidade e não pela cor da de sua pele.
A
voz de Zumbi, Luther King, Mandela, ou dos milhares de anônimos ativistas do
movimento negro que lutaram e continuam lutando em prol da igualdade entre as
pessoas indistintamente à sua cor da pele, precisa continuar ecoando e sendo
incorporada em nossas praticas habituais, mediante o respeito, a promoção da
igualdade e simplesmente a prática do bem, uma vez que um coração preenchido
pelo bem, pelas boas intenções jamais daria espaço ao que tanto discutimos no
dia de hoje que é a imbecilidade do racismo (embora só exista uma raça, a
humana!).
Viva
Zumbi dos Palmares!
Por:
Profº Damião
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