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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

VERGONHOSO: NA CALADA DA NOITE E SOB A COMOÇÃO DE UMA TRAGÉDIA NACIONAL SENADO APROVA A PEC DA MALDADE (PEC 55)

Congresso vergonhoso! Aproveitaram que o Brasil inteiro chorava a tragédia com a queda do avião da Chapecoense e votaram às sombras, na calada da noite e longe dos holofotes da imprensa, o projeto de iniciativa popular das 10 medidas contra a corrupção. Desvirtuaram completamente o texto com várias emendas, prevendo inclusive punição para juízes e promotores que investigarem corruptos e indenização para os investigados. Isso é uma afronta ao povo brasileiro!

O plenário do Senado também concluiu no início da madrugada desta quarta-feira (30) a votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição 55, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A PEC ainda precisa ser analisada em segundo turno, previsto para 13 de dezembro.

O texto-base da proposta já havia sido aprovado na noite desta terça (29), mas, para concluir a votação, os senadores precisavam analisar três destaques (sugestões de alteração ao texto), que acabaram todos rejeitados. Um deles, por exemplo, excluía os investimentos em saúde e em educação do teto.

Por se tratar de uma proposta de mudança na Constituição, a proposta, para ir a segundo turno, precisava ser aprovada por pelo menos três quintos dos parlamentares (49 dos 81) e recebeu 61 votos (14 senadores foram contra) – saiba como cada senador votou.Concluída a análise em primeiro turno, a PEC deverá ser analisada em segundo turno no próximo dia 13 de dezembro – no qual também precisará do apoio de, ao menos, 49 senadores.

Durante a sessão desta terça, a medida foi criticada por senadores que fazem oposição ao Palácio do Planalto. Os oposicionistas chamaram o texto de "PEC da maldade" porque, na visão deles, a proposta vai "congelar" os investimentos em saúde e educação.

Inicialmente, somente os líderes partidários encaminhariam os votos, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou que todos os senadores inscritos pudessem discursar na fase de encaminhamento.

Embora tenha sido aprovada por 61 votos a 14, a PEC recebeu menos votos que o previsto pelo líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), que previa até 65 votos favoráveis à proposta.


Senadora Gleisi Hoffmann, uma entre os poucos parlamentares 
que votaram contra a PEC, discursa na tribuna do senado

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