Ainda
sabendo que a utilização de carros pipa no abastecimento de milhares de
famílias que sofrem com os efeitos da seca que assola o nordeste brasileiro não
seja a medida ideal, haja vista que somente contorna momentaneamente (criando a
dependência) e não garante à seguridade hídrica, a utilização desses veículos vinha
sendo para muitos o único recurso nessa penosa situação.
Não
se importando com essa realidade e em mais um capítulo do descaso com o qual trata
o Nordeste o “governo” Temer, desta vez, corta orçamento do Exército brasileiro
que opera a distribuição de água feito pelo programa Operação Pipa. A ação é
uma parceria do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria
Nacional de Defesa Civil, com o Exército Brasileiro, e atende moradores
da região nordeste e norte do estado de Minas Gerais.
Apesar
da construção nos últimos anos, de mais de 1,2 milhão de cisternas de água para
consumo e de tecnologias de acesso à água para produção, sem chuva por longos
períodos, a região semiárida, especialmente, fica sem alternativa tendo que
recorrer aos carros pipas.
A
situação atual é de calamidade. O desbastecimento de água impacta a vida dos
sertanejos, dos animais e de toda economia local. Recentemente, o comandante do
Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, se queixou do corte do
orçamento para a instituição, que deixou a corporação sem condições de fazer o
trabalho de distribuição de água no Nordeste, a vigilância das fronteiras
comprometida e a tecnologia dos equipamentos obsoleta.
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